terça-feira, 27 de novembro de 2012

Devaneios


Inquietudes constantes me cercam
No meu egoísmo não sei responder
Se é certo elocubrar sobre algo
Criar, sonhar ou querer
Nossas expectativas desenfreadas
Às vezes são sonhos e outras piadas
Não se enganar ao sonhar sem temer

Percebo que o simples dizer
-Que não era aquilo que esperava!
Revela nossas ilusões
Por perceber o que ali não estava
Não sei se vivo uma anedota
Ou me tornei um reles idiota
Ao acreditar em conto de fadas.

Conto de fadas sem um dever
Não temos sequer o direito
De esperar algo que nos torne grande
Sufocando em um mundo perfeito
Não adianta acordado sonhar
Mas no lugar a cabeça botar
Perceber que quem manda não é o peito

Esse peito que nos mutila
Carece de racionalidade
Seria mais simples pensar
Do que sentir a felicidade
Mas quando sinto me faço completo
Me rego em um instante perpétuo
Multifacetado em perplexidade

É fato aquilo que somos
Mas o que somos nem sempre é um fato
Chega de mentir pra mim mesmo
Não vou mais carregar esse fardo
Como diz o grande mestre Gilberto
Vou ficar de braços abertos
Mas meu caminho, “eu mesmo traço”.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O ponto


O ponto se personifica
Em uma simples e direta relação
Permeando os abismos da vida
Por meio de sua exteriorização.
As vezes como pontos de interrogação
Outras tantas de  exclamação
Sobretudo, como  simples pontos
Vagando na mão e contramão.

Somos pontos finais e de continuação
Somos a pausa da vírgula, em sua respiração
Somos reticências, parênteses e até travessão
Somos pontos soltos no mundo
Somos o eterno processo de mutação!